Résumé : L’objet de cette recherche est de saisir les logiques différenciées de l’engagement militant d’habitants menacés d’expulsion. À Rio de Janeiro et au Cap, villes dans lesquelles s’ancre cette étude, les classes populaires sont fragilisées par des politiques urbaines conduisant à des expulsions massives. Réunie au sein de structures collectives, une partie des résidents de la Vila Autódromo (Rio de Janeiro) et de Woodstock (Le Cap) se mobilise pour défendre son espace de vie.En rupture avec les lectures qui en sont communément données, je démontre ici que les structures militantes dans lesquelles les habitants se regroupent sont marquées par une forte hétérogénéité : les habitants s’y (dés)engagent selon divers degrés. Tandis que certains s’impliquent intensément dans l’action collective, d’autres préfèrent se tenir à l’écart ou se retirer au terme d’une période d’engagement. À travers un examen attentif des carrières des enquêtés, les mobiles objectifs (contexte et contraintes organisationnelles) et subjectifs (expériences, interprétations, représentations), qui sous-tendent leur participation sont analysés. Par le biais d’observations ethnographiques, ils sont ensuite réactualisés à la lumière des interactions entre résidents. Les liens sociaux de voisinage et les rapports de force entre résidents sont décryptés comme autant d’éléments susceptibles d’entraver un engagement au sein du groupe. En examinant les outils de façonnage du militantisme déployés par les groupes et les normes d’engagement diffusées par leurs cadres, je tente de comprendre comment les habitants s’y conforment, les contournent ou ajustent les activités militantes à leurs sphères de vie, bouleversées par la précarité économique et résidentielle. En retour, interroger l’hétérogénéité des engagements militants permet de mieux comprendre comment les groupes sociaux gèrent la diversité de leurs membres et ajustent leurs pratiques organisationnelles.
O objetivo desta pesquisa é compreender a lógica diferenciada do engajamento militante de moradores ameaçados de remoções. No Rio de Janeiro e na Cidade do Cabo, cidades em que este estudo se baseia, as classes trabalhadoras são enfraquecidas por políticas urbanas que conduzem a despejos massivos. Reunidos em estruturas coletivas, uma parte dos moradores da Vila Autódromo (Rio de Janeiro) e de Woodstock (Cidade do Cabo) se mobiliza para defender o seu espaço de vida. Mostro aqui que as estruturas militantes em que os moradores se reúnem são caracterizadas por uma forte heterogeneidade: os moradores estão empenhados nelas em diferentes graus. Enquanto alguns se envolvem intensamente na ação coletiva, outros preferem se afastar ou se retirar após um período de envolvimento. Através do estudo das carreiras dos inquiridos, são analisados os motivos objetivos (contexto e restrições organizacionais) e subjetivos (experiências, interpretações, representações) subjacentes à sua participação. Através de observações etnográficas, são depois atualizadas à luz das interações entre os residentes. Os laços sociais do bairro e as relações de poder entre os residentes são considerados como elementos susceptíveis de dificultar um compromisso mais intenso no grupo. Ao examinar os instrumentos de ativismo utilizados pelos grupos e as normas de empenhamento divulgadas pelos seus líderes, tento compreender como os residentes se conformam com eles, os contornam ou ajustam as atividades da militância às suas esferas de vida, que têm sido perturbadas pela insegurança económica e residencial. Por sua vez, questionar a heterogeneidade dos engajamentos permite compreender melhor a forma como os grupos sociais gerem a diversidade dos seus membros e ajustam as suas práticas organizacionais